quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Vida a três



Em 4 anos e meio sempre fomos felizes. De bem com a vida, sem grandes discussões, com feitios que se complementam, com formas de estar na vida semelhantes, sonhadores, optimistas, trabalhadores. Os dois a gostar de passear, de cinema, de música, de campo, de estar com a família, de estar os dois sozinhos. Sempre nos habituámos a fazer cedências, a não ter de fazer tudo juntos, a não fazer birras para o outro nos acompanhar num jantar. É quase sempre fácil chegar a um consenso e tentamos não fazer fretes. Às vezes vou sozinha para Santarém, às vezes vai ele para Évora, gostamos de estar com os nossos grupos de amigos sem que o outro sinta obrigatoriedade de estar também. Temos uma relação saudável e sentimos saudades um do outro. É tão bom!...

Mas ambos sabemos que a partir do nascimento da Isabel a nossa vida vai mudar. Quer dizer, ainda não sabemos bem o que isso significa, mas já temos uma noção. Há aquelas pessoas que juram a pés juntos que não vão deixar de fazer nada do que faziam. Não acredito nisso. Claro que não se pode ter, sempre, o melhor dos dois mundos, há que fazer opções.

Mas uma coisa eu SEI. Não vou ser daquelas mães que não largam o filho nem por nada deste mundo, não vou, não vou! Recuso-me a só voltar ao cinema quando a criança tiver 8 anos. Recuso-me a não fazer um jantar a dois só porque não consigo deixar a criança em casa dos avós, dos tios, dos amigos próximos. Conheço casais que se desculpam com os filhos para não fazer rigorosamente nada. Acredito que nos primeiros tempos seja muito difícil e que todas as energias tenham de estar ali centradas, mas passado algum tempo tem de se aprender a confiar. Confiar que vai correr tudo bem naquelas 3 horas em que não estamos ali ao lado do nosso bebé. Porque é preciso respirar, namorar, quebrar a rotina. Não nos podemos esquecer que éramos dois, ainda antes de sermos três.

Quando estamos os três, em conchinha, na cama e nos pomos a adivinhar o futuro, combinamos, baixinho, que vamos ser felizes.

1 comentário:

  1. Gosto muito :) Acho muito importante que todos os casais se lembrem que 'eram dois, ainda antes de serem três' :)

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