sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Momento de hipnotismo

Os teus olhos hipnotizam-me. São grandes, pestanudos e expressivos. Franzes o sobrolho e, um segundo depois, levantas bem as pálpebras. Quando estás espantada, a observar alguma coisa, abres bem os olhos e fazes um jeitinho com a boca, em forma de beijo. Quando respondes com um sorriso, os olhos sorriem também. 
São estes os olhos que quero ver para o resto da vida. Curiosos, sorridentes. Mas sei que deles vão também cair lágrimas, que eu não vou conseguir secar. Faz parte, tudo faz parte. Também eu chorei choros intermináveis, como se o mundo fosse acabar. Não acabou. Estou aqui, sou feliz e sou mãe. Sou a tua mãe, Isabel.




domingo, 21 de setembro de 2014

Sítios onde somos felizes

Somos felizes em casa, os três na cama a fazer ronha num domingo de manhã. Somos felizes no chão da sala, a brincar, a rir, a cantar. Somos felizes em casa dos nossos pais, com uma mesa farta e famílias grandes e barulhentas. Somos felizes a passear. Os três. Pegar no carro e ir. Ir para voltar, sempre, ao conforto da nossa casa. Somos felizes assim. Aqui e ali.



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

6 meses de Isabel




O número 16 nunca mais foi o mesmo. Há sempre vida a celebrar. Seis meses separam estas fotografias. Seis meses de aprendizagem, de improviso, de instinto. Seis meses a ler tudo e mais alguma coisa para fazer sempre melhor, mas sabendo à partida que o coração me diz está acima de tudo. Podia dizer que vieste fazer de mim a pessoa mais feliz do mundo, mas já o disse. Podia dizer que adoro ser tua mãe, mas já o disse. Podia dizer que és meiga e delicada, mas já o disse. Mas há algo que nunca te disse, filha. Que sem ti a minha vida não tem sentido. Ponho-me a pensar no que faria se não te tivesse tido e tudo me parece vazio.
O medo cresceu lado a lado com o amor. Todos os dias. Queria que não te magoasses quando começares a andar, que ninguém te fizesse mal, que não sofresses nunca. Queria que o mundo fosse de algodão. No fundo, queria que ficasses sempre perto de mim, protegida. Por isso te peço, como já te pedi tantas vezes em segredo, cresce devagarinho. Com calma. Temos tempo. O nosso futuro não tem fim. 



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Hoje

Lá fomos deixar-te, Isabel. Ficaste a chorar e eu a chorar fiquei. Por mais que me digam que vai correr tudo bem, o meu coração está apertadinho, espremido, falta-lhe um pedaço. Quando te for buscar, juro, juro que vou transbordar de amor, agarrar-te como se não houvesse mais nada neste mundo. A verdade é que não há. Não há nada mais puro, mais verdadeiro, do que o meu amor por ti.