domingo, 4 de maio de 2014

As mães

As mães dão colo. Fazem-lhes promessas baixinho ao ouvido. Embalam horas a fio. Correm para o berço quando eles choram. Passam o dedo suavemente pela testa até à pontinha do nariz. Uma, duas, dez vezes. As que forem precisas. Beijam os dedinhos dos pés. As bochechas quentinhas. Ficam a contemplá-los enquanto dormem. Cantam músicas de embalar e outras inventadas. Tomam banho a correr, comem a correr, dormem levemente. Registam cada momento, entusiasmam-se com cada conquista, apreciam momentos que passam despercebidos aos outros. Um pequeno som, um sorriso, um olhar. O acordar cheio de expressões, o esticar dos braços e das pernas, a cara cheia de marcas da cama, o cabelo despenteado e molhado. As mãozinhas que prendem uma na outra na hora de dormir. A mãozinha que pousa no peito na hora da mama. As covinhas nos dedos. As mães reparam nos pormenores.
As mães sofrem quando eles sofrem. Quando têm cólicas, quando acordam com pesadelos. As mães preocupam-se, ficam com o coração nas mãos. As mães têm dúvidas, querem o melhor para os filhos. Lêem, questionam, mas por mais que os outros opinem, o juízo final é delas. O instinto fala mais alto.
As mães sonham, querem adivinhar o futuro, saber como vai ser a primeira gargalhada, o som da voz. Do que vão gostar. Como vão ser. As mães querem ter a certeza de que fizeram o que estava certo. Querem que eles sejam muito melhores do que elas. Que se sintam felizes, amados.
As mães têm a melhor e a mais bonita profissão do mundo. A mais difícil, a mais assustadora, a mais compensadora. 

Aprendi isto tudo num mês e meio, mas ainda falta aprender muito mais. Até porque isto de se ser mãe é para toda a vida.

Feliz Dia da Mãe


"As mães perseguem os lobos nos seus sonhos, durante toda a vida. E, acordadas, cantam para espantar o medo." Sílvia Alves

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