terça-feira, 29 de julho de 2014

29 de julho de 2013



29 de Julho - 6 semanas e 6 dias
13 semanas e 5 dias
37 semanas

1 semana




Faz hoje um ano. Há um ano descobri que estava grávida, numa consulta de rotina na ginecologista. Estava sozinha. Sozinha não, já cá estavas, dentro de mim, e eu não fazia ideia. Foi uma surpresa. A melhor surpresa da minha vida. Chorei, num misto de felicidade e espanto. Ouvi o teu coração. Um feijãozinho já com coração galopante. Eras vida, dentro do sonho. Nessa tarde eu só sabia sorrir. Rir sozinha. Apeteceu-me contar à senhora na loja onde fui comprar, logo de seguida, um body a dizer “Dad loves me” para oferecer ao teu pai. Apeteceu-me gritar no centro comercial “Estou Grávida!” Contive-me. Mas garanto que os meus passos ficaram leves, senti-me a flutuar. Quis contar, ligar aos meus pais, mas não o fiz. O teu pai seria a primeira pessoa a saber. Em casa, desembrulhou o presente. Não percebeu logo, tal foi o espanto. “Estás a gozar?” Perguntou-me, desconfiado. Não podia ser. Já? Mas nenhum sintoma, nada a prepara-nos? Já? Já. Já cá estavas para mudar a nossa vida. Para fazeres de nós pessoas mais generosas, mais felizes. Já cá estavas para nos mostrares o que é realmente importante. Passámos o resto do dia a rir à gargalhada. Olhávamos um para o outro e desatávamo-nos a rir. Felizes, preocupados, alegres, de queixo caído. E agora? Agora era a sério. Agora íamos ser adultos a valer. Agora íamos ser pais. Eu ia ser mãe. Mãe. O peso, a responsabilidade, mas acima de tudo o maior sonho a tomar forma. Adorei estar grávida. Adorei o parto. Adorei ter-te no meu colo, sentir o teu cheiro, ver-te, conhecer-te. Adoro ser a tua mãe. Isabel. Há um ano atrás soube que existias. Há um ano atrás soube que ia ser mãe. Mas nada, nada fazia prever que ia ser tão grandioso, que ficaria com saudades tuas assim que saio pela porta de casa para ir trabalhar ou até mesmo enquanto dormes. Não há explicação para o que se sente quando me olhas nos olhos ou quando sorris das minhas patetices. Quando adormeces ao meu colo enquanto te canto uma canção. Sou tua mãe desde que soube, sou tua mãe todos os minutos do dia. E é o melhor do mundo.

sábado, 26 de julho de 2014

As primeiras férias

Pisar pela primeira vez a areia fina e macia. Molhar os pés na água do mar. Choramingar. Estava fria. 
Voltar para o colinho e brincar, fazer aviões, rir. São as primeiras férias da Isabel, as nossas primeiras férias. 
A avó Béu também veio e adormeceu a netinha à beira mar. Estamos felizes. 








sexta-feira, 25 de julho de 2014

Um momento só nosso



Nunca pensei que pudesse ser assim. O melhor e o pior.
Assim que te puseram na minha maca, a menos de uma hora de teres nascido, soubeste o que fazer. Fomos juntas até ao nosso quarto, unidas. Foste a mamar, timidamente. Os dias que se seguiram foram de preocupação na hora da mama. Adormecias. Molha pé, despe, aperta pé, mexe na orelha, mexe no queixo. O sono falava mais alto. Perdeste algum peso, é normal. Ainda no hospital, a médica que te deu alta sugeriu suplemento. Tive dúvidas, mas quis confiar em mim. No meu instinto. Não dei. Estavas bem, não parecias ter fome. 
Já em casa, a subida do leite. Horrível. Dores e mais dores. Parecia que ia rebentar e tu não davas vazão. Vidrinhos no peito, dores lancinantes quando mamavas e antes e depois. Pedia ao teu pai para me apertar um pé com toda a força possível. Só queria deixar de sentir aquelas dores. Podiam ser outras. Aquelas não. Experimentei todas as mezinhas, o saco quente, o banho, a massagem. Depois o saco frio, creme, o próprio leite, a bomba. Fiz de tudo. As dores eram enormes. Pegavas bem, mas doía muito. Ninguém me tinha avisado que ia ser assim. Não sabia. Doeu mais do que o parto. Chorava a dar de mamar. Aquele momento supostamente tão lindo, tão próximo, era um inferno. Mas ia passar. Tinha de passar. Eu só perguntava "isto vai passar, não vai?" "Vai, isso passa", respondiam. Um mês. Um mês inteiro com dores na mama esquerda. Não estava nos meus planos. Chorava, tentava incentivar-te. Dizia com a voz mais calma que conseguia "boa, filha!", "mamas tão bem", "isso". Por dentro dor, dor. Não queria que te apercebesses. Naqueles momentos lembro-me de pensar nas mães que desistiam. Percebi. Não as condenei. Nunca mais. Percebi tão bem. Bolas, as dores eram tão fortes! 
Passou. 
Um mês depois, amamentar era bom. Era um momento só nosso, mágico. Sabia que te estava a dar o melhor alimento possível. As dores tinham ficado no passado. Valeu a pena cada segundo daqueles. A tua satisfação a mamar dava sentido a todo aquele sofrimento. 

Depois vieram as cólicas a mamar. Contorcias-te, choravas, tinhas fome mas causava-te dor. Ouvia o som do leite a chegar ao estômago. Foi difícil. Tinha de me levantar, tentar distrair-te e lá ias mamando. Malditas cólicas. Passaram as cólicas. Voltaste a mamar bem. Mas foi sol de pouca dura.
Biberão. Esse grande aliado quando fui trabalhar, no dia em que fizeste três meses. Deixava leitinho e bebias no biberão. Pois, mas acontece que te começaste a habituar ao facilitismo do biberão. A mama dá muito mais trabalho. Prestes a fazer 4 meses, preferias o biberão. Pedi conselhos, liguei para o SOS Amamentação, pediatra, tudo. As reservas de leite congelado estavam a acabar. Sabia que se não mamasses, dificilmente a bomba iria ajudar tão bem na produção de leite. Comprei suplemento. Pelo sim, pelo não. Comprei suplemento para mim. Não queria deixar de ter leite. Não depois de tanto esforço. Não depois de ser o nosso momento. Uns dias a tirar pouco, a tristeza a apoderar-se. Mamavas bem durante a noite e de manhã. Às vezes à tarde também. Fiz de tudo. Não desisti. Comecei a produzir mais leite para mamares e para guardar. Dava-te leite do meu pelo biberão quando te começavas a queixar da mama. 
Dei-te algumas vezes suplemento, porque tinhas fome e descongelar ia demorar muito tempo. Chorar com fome, não! Queria ouvir os teus sons de prazer a mamar, qualquer que fosse o leite. 
Até que fui a uma consulta na Amamentos pedir ajuda. Melhorou. Estás a mamar muito melhor. Estou fartinha da bomba, mas faço-o por ti. Por ti, tudo.
E pode ser que continues a querer o meu colinho e a minha maminha mais uns meses. Eu gostava. Pode ser, Isabel?

A fazer a mala

Estou de volta da malinha das férias. Malinha não, "malona". Tem mais roupa que os pais! 
A par dos pijaminhas e bodies mais confortáveis, vão na mala as minhas roupas preferidas da Isabel. Este mundo das meninas é uma delícia!

Os tapa fraldas cor-de-rosa
Os azuis 
Os fofos
As florzinhas




segunda-feira, 14 de julho de 2014

A primeira gargalhada

A primeira gargalhada. Acordada. A olhar para mim. A retribuir o meu riso. Emoção parecida a quando nasceste. Nasceste de novo. Adrenalina. Comoção. Desta vez não foi só um sorriso nem um gritinho de felicidade. Dobraste o riso. Uma, duas, três vezes. Perdi a conta. Ri, ri muito. Chorei. A tua voz, tão diferente. Duas amigas a testemunharem este momento. O pai, como que a adivinhar, telefonou nesse preciso instante. Ouviu-te. Inesquecível. O dia em que deste a primeira gargalhada. A três dias dos quatro meses. Mal posso esperar para que acordes amanhã. Quero ouvir de novo. Sempre. Que me faças rir contigo. Que me faças chorar de alegria pela vida fora. 
Isabel, agradecer-te é pouco. 

sábado, 12 de julho de 2014

Tenho tudo

Quem acorda com este rosto, quem se deita a pensar nestas expressões, quem se delicia com os sons, quem observa atentamente a estoica operação para conseguir voltar a meter a chucha na boca, quem se diverte com os sorrisos, quem imagina a primeira gargalhada, a primeira papa, a primeira palavra, os primeiros passos, quem quer que passe tudo muito devagarinho para que a memória registe tudo... não precisa de mais nada. Nada. Nadinha. Sei que fui feita para isto. Posso ser boa em algumas coisas, posso gostar de fazer mil e uma coisas, mas é isto que me preenche a cem por cento. Não me lembro de ser tão feliz. Tenho tudo. Não me falta nada.
 


(Fim-de-semana em casa dos avós... tão bom!)

Esta semana

Princesa. O vestido foi um presente muito especial que me enche de saudades da minha irmã mais velha. Não de sangue mas de coração. Ainda não te pegou ao colo, ainda não te cheirou o pescocinho nem te deu beijinhos nos pés. Em breve. Em breve saberá o quão maravilhosa és. Em breve verá o quão sorridente és. E linda. Mas isso ela já sabe. Esta coisa da distância física devia ser proibida. 

Esta semana, depois do trabalho, levei-te a passear, fomos à piscina. Adoras a rua. E eu adoro poder partilhar a minha vida contigo. E aprender a ver tudo pelos teus olhos. Pela primeira vez. Olhas para as árvores a abanar ao sabor do vento com curiosidade. Atenta.

Em casa, de manhã, estás no auge da tua felicidade. Acordas cheia de vontade de estar viva. Palras, dás gritinhos de alegria, queres brincadeira e conversa. Cospes, fazes bolhinhas de baba e agora aprendeste a cuspir a chucha para falar. Acho-te um piadão, miúda! E esses olhinhos... Ai! Esses olhinhos!...








segunda-feira, 7 de julho de 2014

De volta

Hoje perguntaram-me pelo blogue. Eu sei, ando desaparecida! Andamos desaparecidas.
Os dias têm passado a correr, com trabalho, casa, David de volta... mas vamos por partes.
Portugal foi eliminado do Mundial e desta vez não fiquei nada triste. Eu e a Isabel estávamos ansiosamente à espera do David.


Assim a nossa vida faz sentido. A três.

E voltei a ter o melhor colinho, 17 dias depois.
A Isabel está grande, grande. Já agarra nos bonecos, nos cabelos da mãe e em tudo o que estiver ao seu alcance e quase sempre com um destino: a boca. É muito observadora, atenta e sorridente. Sorri muito, muito! Quando acorda, quando nos vê, quando olha para os bonecos, quando espreita a televisão (incrível o poder da caixinha mágica...), sorri por tudo e por nada. Ficamos babadíssimos.


Já descobriu as mãos há algum tempo, mas agora sim, é tempo de namorá-las convenientemente. Se iluminadas pela luz do sol, melhor ainda!
Tem dormido muito bem no quartinho dela (e nós também). A noite passada dormiu a noite toda, até às 8h da manhã! Está a ficar crescida!

O banho já é definitivamente um momento de prazer para toda a família! Sempre adorou banho, mas ao sair da água costumava chorar muito. Agora é bom do princípio ao fim: sorri, chapinha e molha-nos todos.

Hoje eu para o David durante o jantar, com a Isabelinha já a dormir "isto não está a ser um bicho de sete cabeças, pois não?", "não, nada." Não sei se estamos a ter muita sorte por a Isabel ser calma, dormir bem e não refilar muito, não sei se é por sermos os dois calmos e optimistas, mas o que é facto é que, por enquanto, não está a ser assim tão difícil sermos pais. É uma descoberta, é um desafio, mas tudo tem corrido às mil maravilhas. E não estou a dourar a pílula! Aquela fase inicial da roupa a chegar ao tecto, de ficarmos muitas horas sem dormir, de não saber bem como acalmar o choro da Isabel, já lá vai! Estamos a aprender. Ajudamo-nos muito. E está a ser tão bom!